terça-feira, 20 de julho de 2010

"Meu cachorrinho Lyon”
Adriana Pinho Gomes

Há tempos atrás, um ministro de estado brasileiro, na tentativa de justificar o fato de sua esposa ter usado um carro oficial para levar seu cãozinho ao veterinário, disse que “cachorro também era ser humano”.
Pois é, eu diria: “ainda bem que não é”. Eu que já fui uma crítica fervorosa de quem era louca por cachorros, hoje sou apaixonada por um, meu cãozinho Lyon. Claro que não acho que ele seja quase um ser humano. Mas o fato é que eu o adoro.
A pureza dele é encantadora. A sua vulnerabilidade mobiliza meu instinto protetor e instiga meu sentimento de compaixão. Não tenho pudor algum em demonstrar meu afeto por ele, seja abraçando, beijando, afagando, pegando no colo, falando com ele modificando a voz, cuidando, comprando brinquedinhos e caminhas lindas. Enfim, ele libera toda a minha afetividade e ternura.
Ele é meu potinho de mel, meu pedaçinho de céu (parece letra de música sertaneja).
Adoro ficar olhando para ele quando está brincando, adoro vê-lo correr, quando fica sobre as patinhas traseiras como estivesse em pé, até quando late para mim quando está bravo, enfim ele é lindo. Ah, e me parte o coração quando ele fica doentinho.
Meu cãozinho foi um presente do meu namorado que sensivelmente percebeu que eu gostaria de ter um cachorrinho apesar de eu nunca ter dito isso a ele. Mas a verdade é que eu sempre quis ter um cãozinho e sempre gostei de bichos.
Fui uma cuidadora de pequenos animaizinhos na infância (patinhos, pintinhos e um filhotinho de gato). E só não tive um cachorro porque minha mãe não permitia.
Cheguei a ficar com um cachorro dentro de casa por uma tarde enquanto minha mãe estava no trabalho, quando tinha uns 8 anos de idade.
Meu lado bom fica evidente nessa convivência com ele e acho até que meu “instinto maternal” eu vivencio na prática diária dos cuidados com ele.
Ele é meu “anjinho de quatro patas”.
Engraçado, cachorro não é “ser humano”, mas pode despertar em nós o nosso lado mais humano, pode verdadeiramente nos humanizar.
Eu adoro meu cachorrinho Lyon.