Filme
“O preço da traição”
(Adriana Pinho Gomes)
Achei
que a temática do filme foi apresentada de uma forma muito realista. O núcleo da trama é a crise de meia idade
de uma mulher bem casada, com uma vida conjugal estável e bem estruturada. Ela
médica e ele professor que lida diariamente com belas jovens. Incomodada
com a forma do marido reagir às presenças femininas, sempre flertando e
demonstrando fascínio pela beleza das mulheres que conhece, a esposa resolve colocar
à prova a fidelidade de seu marido. Contrata uma jovem prostituta muito bonita
para tentar seduzi-lo.
O
que mais me chamou a atenção foi o diálogo que o marido tem com a mulher quando
ela confessa a ele o drama que estava vivendo de se sentir insegura por não ser
mais jovem e bonita. Diz que se sentia invisível, já não sabia mais quem era.
Na
opinião dela (esposa) o marido, pelo contrário, ficava cada vez mais atraente e sedutor, e seu charme
parecia só aumentar na direta proporção do avanço de sua idade cronológica.
Ela
expõe com clareza a sua dor, por sinal muito boa a cena do diálogo dos dois. Ele então confessa
que sempre admirou com fascínio a beleza feminina, usando a expressão “sou
apaixonado pela beleza das mulheres”. Mas afirma que nunca tinha dormido com
outra mulher, apenas “flertava”. Diz que teve muitas tentações mas que resistiu
a todas. A esposa então grita “mas você teve vontade, desejo”, ele retruca:
“sou humano, e voce nunca teve?” ela diz que nunca teve vontade de ficar com
outro homem que senão ele. Este confronto é cruel, pois expõe a solidão que
aquela mulher sentia diante daquele homem, o qual amava.
Ele, por sua vez, se
sentia incompreendido.
Por Adriana Pinho Gomes
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