segunda-feira, 29 de setembro de 2014




O amor dos animais. O encontro com a inocência no seu estado mais puro  

Por Adriana Pinho

Meu amor não é "parte minha"

Não se parece comigo

Não tem meu DNA

Não me tornará "imortal"

Não cumprirá a "missão de tornar realizados sonhos meus"

Não terá a sina de repor o trabalho dado com realizações compensatórias

Não me causará decepções


Não correrá o risco de se tornar um zumbi onde deposito minhas projeções

Meu cachorro não é meu filho

É apenas amor

A minha dedicação a ele é de puro desprendimento e exige a consciência de que tenho nas mãos um ser vivo inteiramente vulnerável pela sua simples e própria condição de animal irracional.

 
 Ele é amor por definição, uma vez que a sua pureza e forma de  interagir despertam em mim, inexoravelmente,  amorosidade e doçura.

 E para que isso aconteça eu preciso apenas olhar para ele e poderia ficar assim por tempo infinito, vendo ele brincar, dormir, correr, latir bravo "me dando ordens", fazer bagunça, comer, tomar água, fazer charminho, virar a barriguinha pra cima pedindo carinho ...


OBS: A inspiração desse texto veio por cansar de ouvir pessoas falarem que cachorro é como filho. Quem quer ter filhos tem filhos, não os substituem por cachorros.

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